Coodic e entidades rurais de Arroio Grande lideram ação coletiva contra falhas no fornecimento de energia
- IGOR VIEIRA - MÍDIA CAMPO
- 27 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de abr.


A COODIC, o Sindicato Rural de Arroio Grande e a Associação dos Arrozeiros de Arroio Grande estão liderando uma grande mobilização para enfrentar os constantes problemas no fornecimento de energia elétrica na região.
A ação, realizada na sede do Sindicato Rural de Arroio Grande, teve como objetivo recolher assinaturas e relatos de produtores sobre as frequentes interrupções de energia que têm provocado sérios prejuízos no setor produtivo.
Inicialmente, a expectativa era reunir declarações de cerca de 50 produtores, mas a adesão superou as expectativas: mais de 80 produtores compareceram para registrar suas experiências, apontando falhas graves no serviço da concessionária CEEE Equatorial.
Segundo relatos, algumas propriedades chegaram a ficar até 25 dias sem energia elétrica, comprometendo atividades essenciais como irrigação de lavouras, bombeamento de água e manejo de sistemas de climatização.
Prejuízos impactam diretamente a produção agrícola

De acordo com Anderson Belloli, diretor jurídico da Federarroz, a iniciativa tem como principal objetivo reunir documentos que comprovem os danos enfrentados pela classe produtora em função das falhas no serviço.
"A união dos produtores é essencial para que possamos fortalecer essa demanda e cobrar providências efetivas. Não podemos mais tolerar a falta de estrutura que compromete a nossa atividade econômica e gera prejuízos expressivos", afirmou Belloli.
A falta de energia não afeta apenas o cultivo do arroz, mas também outras cadeias produtivas, incluindo pecuária de leite, suinocultura e produção de grãos, todas dependentes de sistemas elétricos para operação de equipamentos e conservação de produtos.
Ação conjunta seguirá para o Ministério Público

Com os depoimentos reunidos, a documentação será encaminhada ao Ministério Público de Arroio Grande, que deverá ajuizar uma ação coletiva contra a CEEE Equatorial.
A expectativa é que o processo siga modelos já utilizados em municípios como Dom Pedrito, onde ações semelhantes foram acolhidas pela Justiça com medidas que determinaram melhorias na rede de distribuição.
A mobilização reforça a importância da coletividade para enfrentar situações que afetam diretamente a produção e a qualidade de vida nas áreas rurais.
A importância da ação para o futuro do agronegócio local

A Coodic, uma das entidades proponentes da ação, destacou que a estabilidade no fornecimento de energia elétrica é fator decisivo para a manutenção da competitividade da produção rural.
Para o presidente da cooperativa, Ladislau Silveira, a iniciativa demonstra a preocupação do setor em buscar soluções estruturantes para garantir a continuidade das atividades no campo.
"Essa ação representa o esforço coletivo de produtores que buscam melhores condições para trabalhar e produzir. A energia elétrica é um insumo indispensável para o agronegócio, e nosso objetivo é garantir que o produtor rural e nossos cooperados tenham segurança e estabilidade para planejar suas atividades", afirmou Silveira.
Além dos impactos econômicos, a precariedade no serviço elétrico também compromete o bem-estar das famílias rurais, dificultando desde o acesso a serviços básicos até a permanência de jovens no campo.
Um movimento que pode inspirar outras regiões
A mobilização em Arroio Grande reforça uma tendência crescente de organização do setor produtivo para exigir direitos básicos que assegurem a eficiência e a competitividade da produção.
Casos como este mostram que o agronegócio, ao se unir e articular ações coletivas, pode impulsionar mudanças e influenciar melhorias estruturais que beneficiam não apenas a agricultura, mas todo o meio rural.
A expectativa dos organizadores é que a ação movida pelo Ministério Público traga resultados positivos e que sirva de exemplo para outros municípios enfrentarem o mesmo tipo de problema.
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